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LEVN MOB: as diferenças do Trap no início para o atual

  • Foto do escritor: SIMtetizando
    SIMtetizando
  • 20 de out.
  • 3 min de leitura

Atualmente, o Trap é um gênero musical que conquistou seu espaço no Brasil e tem artistas com carreiras consolidadas, e com milhões de ouvintes mensais. No começo da popularização desta “nova onda”, por volta de 2017, as coisas eram diferentes. Em um tempo de muitas novidades, mas pouca variedade de artistas, aqueles que se destacavam já poderiam ser considerados do “mainstream”. Existiam poucos "trappers" com números que chamavam a atenção da grande mídia e apreciadores de outros estilos musicais, como os casos de Matuê, Raffa Moreira e Recayd Mob.


LEVN MOB: Lil Vith, Wacce e Lil Bae.
LEVN MOB, 2018 (Fonte: Wacce)

Posteriormente, em 2018, com o gênero sendo pavimentado, um grupo de jovens surgiu como uma promessa no Trap. A Levn Mob era um coletivo underground que chegou ao mainstream graças a suas músicas em conjunto como Chainz 2, DD Tank e Prada, mas também aos singles de seus rappers, Wacce, Lil Vith, Lil Bae e Massaru, que se desvinculou tempo depois. O trio de cantores fez shows pelo Brasil, ajudando a elevar um cenário ainda desconhecido para o grande público. Wacce conversou conosco e explicou como foi viver aquele momento. “Foi uma experiência incrível! Junto com meu grupo, conseguimos criar nossa base de fãs fazendo shows e lançando singles que fizeram parte da história do trap no Brasil”. O cantor diz que sua “mob” recebeu propostas de gravadoras para contratarem o grupo naquela época. “Apareceram muitas gravadoras e empresários querendo investir na nossa arte, mas a gente viu que não iria valer a pena fechar nenhum contrato.”


Ao decidirem seguir como artistas independentes, Levn enfrentou muitos desafios relacionados à juventude e a responsabilidade de gerir uma carreira. Wacce conta como virar destaque rapidamente foi uma surpresa e como o trio se movimentava num cenário diferente do atual, sem muita visibilidade e contratos milionários. “A gente era muito novo e não tinha planos para construir nossa carreira, até porque não imaginávamos que iríamos conseguir destaque tão rápido como foi. Porém, a gente correu atrás de fazer nossos clipes de uma forma independente. Fazíamos eventos na Morfeus Club, que é uma casa de show que o pessoal da cena intitula como berço do Trap de São Paulo porque vários artistas surgiram lá; a gente fez eventos propagando nosso show, e o valor que a gente arrecadava nos eventos eram de investidos em clipes”. As estratégias do grupo funcionaram a curto prazo, mas com o passar do tempo, os integrantes acabaram perdendo o impulso inicial e tomaram outro rumo diferente do previsto.


Show da LEVN MOB
Show da LEVN MOB em 2019

Na conversa com Wacce, o rapper comenta que hoje está vivendo uma nova fase e se encontra maduro para retomar a carreira na música. “Eu me conecto muito com meus fãs das antigas que sempre acreditaram no meu potencial e também invisto na minha imagem, tanto na estética, mas também na minha personalidade, buscando transmitir que atualmente eu sou uma pessoa mais madura e que sei o que eu realmente quero passar para o meu público através da minha arte”. O jovem também afirma que é possível os novos artistas viverem de música sendo do “underground” nos dias de hoje. “Se o cantor tiver uma fanbase, consegue. Se o artista manter uma constância de lançamento e também se manter em constante evolução, é bem provável que ele consiga se manter com os royalties e também com vendas de feats (participações). Atualmente tem muito mais artistas arriscando na cena tentando conquistar seu espaço.” 


(Primeira foto: Matuê e Wacce em 2017 - Segunda foto: Wacce em 2025)


Durante o hiato na carreira, Wacce acompanhou diversos festivais no Brasil observando o público e curtindo os shows dos seus artistas favoritos. Este período o fez refletir sobre a diferença da audiência presente nesses eventos. “Acho que a quantidade de pessoas brancas nos festivais é uma questão sobre os preços dos ingressos, já que uma grande parte da classe média/baixa é composta por pessoas pretas e pardas, que recebem um salário mínimo e que tem diversas responsabilidades financeiras. Mas, tem um festival que é o Cena, é um dos festivais que sabe qual é o público do Trap e é uns dos eventos mais acessíveis para a galera que realmente acompanha a cena do Brasil e de fora”. Hoje em dia, o jovem está presente no novo disco da Levn Mob lançado em setembro, “For Real”, reúne músicas antigas não publicadas. O grupo busca voltar a produzir músicas e voltar ao ritmo de antes, mas com mais maturidade e aprendizado.

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